Inês Figueiredo

foto retirada da net

Isto em mim


Noutro lugar de mim mas,
mesmo assim, ainda em mim,
tu, um deus,vizinho em mim,
por tênues tabiques separado,
trazes as cadeiras e as mesas,
os lençóis e as frutas do jardim.
Embora o cão rosne,
a lâmpada do poste se apiede
dos fantasmagóricos signos da calçada
ainda assim, tu, isto em mim,
instala–te na clareira, barroso chão,
apodera-te da única cadeira
e em mim navegas
naquela madeira à deriva, poeira,
do porão do meu rosto.


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