Jorge Santiago
PARTE I –Os meus fantasmas (em apresentação)
Os meus fantasmas acompanham-me
desde que a memória me assiste.
Nos primeiros anos, a simbiose era frágil,
eram mais um incómodo que um amigo,
a hierarquia estava mal definida,
ora comandava eu,
ora mandavam eles.
Mas é preciso esclarecer desde já,
os miasmas dos meus fantasmas
não tinham nem têm nada a ver com o cuspo
daquelas figura sinistras do apocalipse.
Curiosamente,
nunca dormiam nem descansavam,
ao contrário,
a sua presença era mais forte durante o meu sono.
Percorriam-me o cérebro,
tomavam conta dos pensamentos,
construíam e destruíam sonhos a seu belo prazer,
como senhores do terreno.
Conheciam-me melhor que eu próprio
e riam-se até das minhas tentativas juvenis
de lhes fazer frente.
Mas o tempo foi passando
e as leis da convivência foram-se impondo.
De forma gradual,
A relação com os meus fantasmas
foi ganhando novos contornos
no sentido de um compromisso na relação de forças.
Por um lado,
percebi que a sua própria existência
estava inexoravelmente dependente da minha,
viviam comigo,
viviam de mim,
enquanto eu vivesse.
Por outro lado,
sem eles,
a minha própria vida não teria sentido,
pois eles eram os meus conselheiros,
os meus amigos,
omnipresentes,
que nunca faltavam
em qualquer momento em que uma decisão se impunha,
em que uma opinião se formava,
em que as fronteiras do meu ser se definiam.
Mas os meus fantasmas não foram sempre os mesmos.
Acontecia assim como uma mudança de fantasmas
em cada mudança de ciclo de vida.
Os meus fantasmas acompanham-me
desde que a memória me assiste.
Nos primeiros anos, a simbiose era frágil,
eram mais um incómodo que um amigo,
a hierarquia estava mal definida,
ora comandava eu,
ora mandavam eles.
Mas é preciso esclarecer desde já,
os miasmas dos meus fantasmas
não tinham nem têm nada a ver com o cuspo
daquelas figura sinistras do apocalipse.
Curiosamente,
nunca dormiam nem descansavam,
ao contrário,
a sua presença era mais forte durante o meu sono.
Percorriam-me o cérebro,
tomavam conta dos pensamentos,
construíam e destruíam sonhos a seu belo prazer,
como senhores do terreno.
Conheciam-me melhor que eu próprio
e riam-se até das minhas tentativas juvenis
de lhes fazer frente.
Mas o tempo foi passando
e as leis da convivência foram-se impondo.
De forma gradual,
A relação com os meus fantasmas
foi ganhando novos contornos
no sentido de um compromisso na relação de forças.
Por um lado,
percebi que a sua própria existência
estava inexoravelmente dependente da minha,
viviam comigo,
viviam de mim,
enquanto eu vivesse.
Por outro lado,
sem eles,
a minha própria vida não teria sentido,
pois eles eram os meus conselheiros,
os meus amigos,
omnipresentes,
que nunca faltavam
em qualquer momento em que uma decisão se impunha,
em que uma opinião se formava,
em que as fronteiras do meu ser se definiam.
Mas os meus fantasmas não foram sempre os mesmos.
Acontecia assim como uma mudança de fantasmas
em cada mudança de ciclo de vida.
foto retirada da web
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