Luís Brito Pedroso
Vida
Funciona assim:
apaga-se o cigarro e acendem-se as luzes
Gesto repetido no cheiro da cinza
O sal junta-se nas feridas agarrando a crosta
Os glóbulos são gravilha em suspensão nas veias
De repente desço dos jardins de som
Cordões de fumo amar
-ram-nos mãos e desejo
e as pessoas sentem-se bem: não doentes
se-apaga o cigarro
se-abre o coração
e se-engolem o fumo e a gravilha
parte iónica da morte
quem diria que sorririas?
A pele expulsa glóbulos mortos
Sinto uma mensagem escapar-se pela estratosfera
e sinto-me vacilar.
O edifício circular explode
Os anjos estão rabugentos durante a muda das penas
mas as mensagens procuram-te
Pousam-te no ombro
As sementes voam
enquanto escrevo cartas
na esperança de nada
E no futuro
encostados ás mesas velhas das tascas
teremos os olhares mais vagos
e mais cheios de passado
in O meu nome a e noite, Papiro Editora
foto retirada da net
parabéns ao poeta que aniversariou a 25 de Dezembro
Comentários
gostei do poema.
um autor que me é desconhecido, agradeço por me permitir saber da sua existência.
Votos de Excelente 2009!
beijinho.
a. paiva
Luís Brito Pedroso é de Lisboa, um jovem arquitecto e, como podemos constatar já pelos livros publicados, um melhor poeta, digo eu que sou fã da poesia dele.
Assim como da sua.
Excelente ano e continuação de boas publicações, melhores inspirações e que a vida seja mais meiga, que de dores todos temos já doses qb.
Boas entradas de preferência em tom de poesia
e depois seguiu-se-lhe o meu nome e a noite, agora sobregelofino e creio estarem pra breve mais...é esperar...e já sei que o António editou mais um que ainda não tenho.
A ver vamos como vou remediar isso ;)
Bom Ano