Lobo Duarte
Ainda espero aquela canção
com a rádio
metida entre lençóis,
ainda penso que me apaixonei por ti
quando te vi de punho erguido
descendo a avenida.
Vou experimentar aquele fato
de macaco,
agora tenho aulas de
sexo e de mecânica,
tu queres fazer amor em cima
do tejadilho
do velho carocha,
pego no capital de Karl Marx
e
faço uma almofada para pores a cabeça,
cada orgasmo teu é uma
conquista revolucionária.
O teu corpo, o nosso corpo,
parece que tem lá
o grito dos nossos filhos,
as canções
que eles querem cantar,
a força que tem...
meu amor onde está abril, em que rua
se canta
ainda a Grândola?
Olha meu amor já ouviste falar
dos orgasmos de Abril?!...
Vamos cantar,
nós temos os
tomates cheios de revolta,
vamos fazer do nosso corpo livre,
um mundo livre de opressão
foto de Valentina Cinelli
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