Amin Maalouf






O jornalista e escritor Amin Maalouf foi entrevistado por Rodrigues dos Santos, a Ermelinda postou no multiply e, por casualidade, o post dela não me passou ao lado (agora que, raramente o meu gmail notifier me dá conta da atividade blogueira dos meus contactos). Samarcanda e O Rochedo de Tanios são-me nomes familiares, reconheço-os de ouvir falar da literatura, mas não todos os outros, como o Leão, o africano, Adriana Mater, Escalas de Levante, Um mundo de regras, Jardins de Luz, As cruzadas vistas pelos árabes e, alguns mais que não "apanhei" - pela necessidade que tenho de me prender também à leitura labial, visto ser péssima em francês. Da entrevista conduzida por Rodrigues dos Santos, gostei de tudo, mesmo a correção feita pelo jornalista e desfeita pelo escritor sobre o Islão. Falavam de romances históricos e dos anacronismos que, às vezes surgem em obras e só se dão conta depois da edição. No caso, não houve qualquer incorreção porque o escritor estuda demasiado as épocas. Talvez por gostar tanto de romances históricos, de história em geral. Libanês (viveu em Beirute e no mundo durante 27 anos) e, voltando de assistir a uma guerra em Saigão, regressa a 13 de abril de 1974, aquando do despoletamento da guerra civil no Líbano, de que foi testemunha direta e alive (da sua janela pôde assistir aos primeiros disparos contra um autocarro), decidiu pôr a salvo a seu prol e ir viver para França, onde se encontra atualmente a viver, há 33 anos, sensivelmente. Faz uma viagem guiada por algumas das suas obras, sobre Leão, o africano, sobre Rochedo de Tanios - autobiografia coletiva, povo, família, autor; reinterpreta as cruzadas e a cristandade implementada à força pelo espírito reinante católico.
O que me abriu a curiosidade sobre as suas obras foram a sua despretensiosidade, a serenidade que diz necessitar para viver, a confissão de ser púdico, sonhador por temperamento e a distanciação que necessita de ter das coisas, objetos, temas, para poder escrever sobre elas. Falava, sobretudo, para responder a uma pergunta recorrente que Rodrigues dos Santos lhe fez acerca de nunca ter escrito sobre o seu país, a não ser no quarto livro, O Rochedo de Tanios. De Escalas de Levante, o jornalista cita de Ossyane, um personagem: ...sou a favor da conciliação, da reconciliação, sou é revoltado contra o ódio. Rodrigues dos Santos questiona-o se esta deixa é de Ossyane ou se é a postura dele, ele próprio, ao que o escritor responde: Sim, esse sou eu. Maalouf diz ainda que se sente filho de dois países, o Líbano e a França, mas que habita nenhum dos dois, ou antes o reduzido espaço que os medeia. E é também da sua autoria e digno de registo esta citação: O meu país é a literatura. A wikipedia oferece-nos a completa bibliografia, incluso das obras que não consegui "apanhar" em tempo útil. Dele, ficou-me a vontade de o ler.

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