António Faustino
Não sei se há uma verdade
se há várias verdades
mas sei de uma coisa
que conto a conta gotas
em vésperas de despedidas
quando nosso coração se torna naufrago
e caímos nas primeiras chuvas de outono
como ondas a morrer na praia
é uma verdade em forma de sofisma
dessas que se julgam absolutas
e apanhamos como conchas há beira-mar
na baía que já foi dos nossos sonhos
há uma verdade própria nas palavras que nunca te direi
porque o futuro é apenas de quem ama
em boa verdade,
não preciso escrevê-lo
como sabem
não se esquece quem se ama
Almada, in as minhas flores são as palavras ou a difícil arte de amar, novembro/2011
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