Alma Novaes
Croissant
Pouco
ou nada dissemos
e não
senti a falta das palavras
-
Precisamos conversar...
e os
nossos corpos falaram
por
nós, em carícias soltas
- Damn
you, que bem tu falavas...
Luzes,
neblina e chuva
olhavamos
a cidade recolher-se
percebendo
que um grande filme
se faz
de pequenos momentos
e a
manhã chegou cedo
sem
que por ela dessemos conta
e
tinhas um brilho no olhar
e um
croissant misto nas mãos
Dormitei
na exaustão das delícias e amassos
e
procurei no fundo dos teus braços
dos
meus sonhos, registo de momentos assim
indagando
se era isto que queria
Encontrei
um velho poema,
de
resposta à questão
Cúmplices,
sombra escolhida
o teu
nome, o criar de laços
e, só
então, de imprevisto
pude
ganhar asas no riso
e
comer o croissant.
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