Madrugada - Peça de Teatro









A "Madrugada", peça que fomos assistir ao Teatro Helena Sá e Costa, em coprodução com TEatroensaio e Teatro Art'Imagem, na dupla comemoração de 30 anos em cena e da 100ª peça; numa hora de espetáculo, ofereceu um "diálogo" simbólico entre Helena Carneiro no papel de vítima da Pide e Pedro Carvalho no papel de algoz. Ambos estiveram bem, mas bem mais do que bem, inteiros e entregues a esse diálogo, onde a tortura, as ameaças do predador, para além de não calarem a coragem da vítima, fizeram brotar magnólias na antevisão da morte. Um retrato do que foi/poderá ser o fascismo. Os contornos a desenharem-se no retrato político e social atual. Esta peça contou com Pedro Estorninho no Texto e encenação, apoio dramatúrgico de José Leitão, música original de José Mário Branco, espaço cénico de José Lopes, desenho de luz de Leunam Ordep, os figurinos a cargo de Inês Mariana Moitas, direção de produção de Inês Leite e Jorge Mendo, e produção executiva de Carina Moutinho. No final, foram distribuídos cravos encarnados e um Porto D'Honra que não pudemos aceitar, dado a existência de outras contingências....


Deste texto de apoio entregue na entrada do espetáculo consta a seguinte resenha: Este texto é ficcionado a partir de um dos interrogatórios da PIDE exercido sobre uma das muitas mulheres que nas suas instalações sofreram uma das maiores opressões que existem e continuam a persistir neste suposto mundo moderno: a castração do seu direito ao "Livre Pensamento", ou seja, a castração à "Liberdade do Indivíduo".
Muitas foram as mulheres que por lá passaram e urge ter uma perspetiva do seu sofrimento.
Este espetáculo coloca em cena um interrogatório a uma mulher nas vésperas do 25 de Abril. No entanto a situação é apresentada de forma intemporal, num "Aqui" e "Agora" que continuam a marcar os nossos tempos. Este espetáculo, uma coprodução com a Companhia Teatro Art'Imagem, enquadra-se no tema anual de trabalho da Companhia TEatroensaio:" Migração, espaços físicos e psicológicos", contribuindo para a discussão da nossa história recente e memória coletiva. 


Resta-me acrescentar a ficha técnica (visto que a ficha artística já foi colocada na apresentação que fiz da peça em cima):

Operação de Luz e som: Teatro Art'Imagem, design de Rui Duarte, músicos Ana Isabel e Hugo Brito, sonoplastia de Carlos Adolfo, registo musical de José Prata e Ricardo Gandra, apoio à produção de Flávio Hamilton, Fátima Maio e Micaela Barbosa e vídeo de Eduardo Morais.

Agora, o vídeo de apresentação da peça, que é um apelo fortíssimo à cumplicidade e partilha de ideais. Vamos pensar no futuro da liberdade?
Em cena de 3 a 7 de Abril, pelas 21,30h. Teatro Helena Sá e Costa, Porto.
http://www.teatroartimagem.org/

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