Luís Brito Pedroso







Reação alérgica


Corro na água inerte do futuro
Passa o tempo acumulam-se e-mails
De quinze em quinze dias uma vacina
senão sentir arder os olhos
É porque apenas o resto do corpo se queima
Os ossos dançando ao sabor da chama

O spray nasal corrói-me por dentro
Mas assim dança-se melhor
O domingo quieto é um mundo escuro em curva
Mas deslizo apavorado enquanto a luz me limpa a pele
O Sol muda a cor do meu corpo
Tento aproximar-me das nuvens
Até te conseguir ler nos lábios
Sei que me falas muito de perto
Mas não te consigo ver nem ouvir.


in (III - Máquina Sanguínea Incessante),
O Meu Nome E A Noite, Papiro Editora





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