Memória & Poppy Kuroki

 


Recomendações literárias da autora (e eu faço anos para a semana): 
Ali Hazelwood, Love, Theorethically, 
A court of thorns and roses by Sarah J. Maas.



Há muitos autores revelação na literatura mundial. Nos últimos anos, tenho-me deparado, agradavelmente, com literatura japonesa contemporânea que me tem deixado muito contente. Romances históricos, simples e ricos, cujo teor nos revela a cultura de um povo, entre outras coisas. Quem conhece a si mesmo, dizem, conhece o mundo à sua volta. Quando conhecemos a sua cultura, podemos, com mais propriedade, entender as suas subtilezas e afinidades, os seus valores e sentimentos. É isso que me agrada, sobremaneira, quando leio aos outros. Seja de que nacionalidade for, seja de que credo ou cor, seja de que maneirismos se socorre para descrever as imensas realidades. É isso que procuro nos livros, conhecer as pessoas e adentrar no mundo de possibilidades que me oferecem estas "viagens" pessoais e coletivas. Depois de Haruki Murakami, tenho descoberto alguns mais a que me curvo, da literatura contemporânea, pelas cumplicidades e descrições da humanidade, pela busca incessante da descoberta da identidade dos ancestrais nas guerras e rebeliões vividas e formas de garantirem a continuidade no que chamamos de realidade contemporânea, tantas vezes, onde se traçam paralelos à nossa realidade ocidental. A nacionalidade do autor dilui-se, ao fim e ao cabo, no que escreve. Poppy não é japonesa, mas escocesa, que investiga a história japonesa, talvez porque o seu próprio marido seja de lá, talvez porque a magia, a fantasia em que foi criada, na era do Senhor dos anéis e do Harry Potter, na inspiração via Outlander e videogames, tenham levado a autora a viajar, internamente, neste pedaço de fantasia que se ancora, formidavelmente, a meu ver, entre tempos diferentes, construindo uma narrativa apaixonante. O happy ever after, divinamente contemplado, é a pedra de toque do livro. O amor. Quando um livro nos ensina algo, é como se tocasse uma melodia, até então, adormecida, dentro de nós. Acordando-nos e inspirando mais um passo no nosso percurso. É isso que os autores podem fazer, se lho permitirmos. 

Poppy Kuroki é uma jovem autora escocesa, que cresceu em Londres, habitando no Japão, de momento, onde vai tecendo memórias ancestrais da história que moldou o povo que habita o país. Este livro, "Viagem a Kagoshima" que pretende nos levar até à rebelião de Satsuma, em 1877, é o seu primeiro livro desta Corrente de Memórias Ancestrais. A frase abaixo, sobre a memória, está devidamente, identificada, dentro do seu livro, onde a sua autoria reporta a Musashi Miyamoto (1584-1645), dizendo ter sido o mais famoso e admirado dos samurais japoneses. 

A verdade não é o que desejamos que seja; é o que é, e devemos curvar-nos diante do seu poder ou viver uma mentira.

Musashi Miyamoto

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