James Blunt & Alma Novaes


A Deus, entrego-te a Ele

um olá e um adeus
o mar e os céus,
um sonho inacabado
um perfil despenteado
ontem tudo, maionese 
e nado
uma lembrança feliz
uma tesão do nada,
uma pele arrepiada
conexão estabelecida
distância que não existe
e me sinto cansada
e te sinto triste
e te sinto disto
e daquilo e 
despido
e fado e choro
e gemido
e
criança
e estrela
e
era um adeus comprido
de que fugi
e fujo
mas é fugir
derrotada
nem luto
nem vou à estrada
nem fico
nem te esqueço
nem te esqueço não
te sei
esquecer e nem te esqueço
como posso eu cumprir
se
no 
meu registo natal
tu és a estrela no pico
da árvore,
o guia, 
o sabre
o sábio
da gambiarra
que procura o santo graal
que tropeço em ti
de cada vez que entramos
na era de aquário.

e então
do olá adeus
mais curto da história
chuto o balde,
atiro o copo
parto o prato,
fumo vinho do Porto
e bebo cigarros
e
recordo 
Camel
Saga
e
Nina Hagen
e Barclays
na 4l
na diane de papel
na carrinha,
na cozinha,
na janela
na memória
no JVC
mais polémico
da nossa história
a
música
sempre 
foi 
o
hífen
apêndice
inteligência
curiosidade
instantânea
ser autêntico e
bem-humorado
de um circuito
faz um rádio
e de uma lágrima
uma balada
um abraço
silêncio
de 
não se fazer caso
silêncio do bom
em que
olhar
para
ti
era perceber-me.
como
vou esquecer
da
química
a arder
da ternura e do amor
do carinho e do 
entendimento mútuo?

É um adeus que se eterniza no olá.
O meu número mantém-se o mesmo 
desde Agosto passado.
E agora, volto
à meditação
ao youtube
â lista que acrescento
para entrar no sono
e desejar
que este adeus
não passe de pesadelo.
Recado dado.

Adeus.
Olá?

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