Al Qabri Ramos

 


Ágape de Paixão

Nunca desisti do amor


Recordo-me com 

muita clareza 

e transparência

que nestes 

vinte e cinco anos

te procurei com 

um cuidado e esmero

um respeito e desapego

e uma ternura que 

não se desviaram

nem se anularam

na tua ausência,

num quero e não posso,

numa revolta escondida,

e sobretudo, 

num já não espero,

e não, não mais acreditei

não obstante desconhecer

se a bruxaria era coisa real,

cheguei a duvidar,

duvidei da crueldade e do mal


Poderosa poção dessa ela, 

mas não matou o amor

porque o amor verdadeiro

aquele de que é feito

este por ti que é meu,

que, tantos anos depois,

pulsa ainda no meu peito,

não morreu.


Dirigir-me aí

foi sempre um baque,

um medo, uma dor

uma ansiedade levada

ao extremo

e iam eles por mim,

o fá sustenido ou o lá

concorriam assim

para saber de ti

e entendo agora

que fui vítima da crueldade

sem limites


A revolta que trago

já não é mais a mesma

Desde que me visitaste

em vinte e cinco anos de

ausência deu-me força

e crença

Não somos um acaso

Somos missionários

de Deus

Não desisto de ti, 

ainda que chames a Sic

o Porto canal ou a tvi

Vou esperar-te no portão

vou ter sempre pra 

ti o meu coração

vê se me trazes o teu amor

que é meu

acompanhado de 

uma rosa amarela.


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