Pablo Milanes & Alzira Guedes
El Amor De Mi Vida
A saudade já é uma palavra de guerra
montada entre os meus olhos
e defronte a serra
a nostalgia
e a quimera
guardadas na memória,
e de esguelha
volto ao passado
nunca encerrado,
nunca concretizado
nunca apagado
e tu tocas no teclado
os tapetes que me conduzem
à serenidade
e também à paixão
onde ambos
tu e eu
eu e tu
continuamos embalados
na música do nosso amor
-ah amor, como dói
apenas recordar-te,
como dói sentir que parte de mim
está em ti, do teu lado,
passado, passado
enterra-me!
faz ao nosso amor
fúnebre
cerimónia de fecho
ou então, vem
vem buscar-me
que morro há vidas
tantas vidas
sem ti
E enquanto
um menino
vira homem
a nossa vida
um violino
doloroso
e caprichoso,
notas musicais soltas
entre os que nos fazem sofrer
e nos afastam de nós
e o que permitimos
dos estranhos que se semeiam
para nos afastar do propósito
O nosso propósito
singular a dois
sem nem saber
nem querer saber
o que virá depois
depois do amor,
o mundo se entedia
se arrepia!
Vem,
não me deixes morrer sem ti,
sem te abraçar outra vez!
Leva-me no teu peito e
deixa-me lá
para que as minhas cinzas
pernoitem, se esqueçam
lá, nesse adeus
nesse monte,
onde mais do que começo
fomos depois
fomos amantes
fomos um do outro,
fomos pardais
de Deus
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