Laura de Jesus

 



Das vísceras da terra ao céu


Entre a despedida

de Gabriel

e a chegada de Helena,

os ventos agitados e

furiosos fustigam-nos,

a nós, aos animais

e a todas as árvores,

das quais vou ouvindo

lamuria e ais.


São extremos de humor

de uma natureza violada,

cujas consequências

vão levando à

destruição humanitária.


Já só nos falta levar

Deus ao Supremo


Extremos absolutos

entre um e outro

deslumbramento,

dos incontroláveis

estados, manda a

chuva e o vento


E dos lamentos que tais,

quem nos equilibra,

quem nos salva de nós,

mediáticos e medonhos,

na desumanidade,

dos eventos virais


E dos que realizando

investigações,

se empenhando

em escavar o deep self

e harmonizar ambientes,

se deparam com a maioria

que, de acordo com o que

vivem dia-a-dia,

fazem das pequenas

vitórias ambientais, nada,

por capricho se isolam

do bem comum e vivem,

e sobrevivem, usando

máscaras para

o amor alheio

cultivando uma imagem

horrenda do futuro,

bolsos cheios, de sucessos

e de coisa nenhuma,

fervorosos adeptos

do mediático e popular

rumo ao desencontro

final.


Apáticos, acomodados

e febris de desejos

materiais e frustrações,

Assim na terra como no céu

Os augúrios são brutais,

prognóstico reservado.

Que nos caia a todos o véu

Ainda somos mortais,

É pequeno o nosso legado


A natureza regenera-se,

nós não.

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