Al Qabri Ramos & o tiro ao SIS
Carmen
O amor não é apego mas
zelo. E eu nasci com nome grande
Nasci para ser sozinha.
Para equilibrar pratos, para sofrer
para me erguer, para me respeitar
Sou a Carmen.
Um amor sem beijos
sem abraços,
com controlo, sem consolo
ditador e ausente, frustrado
e doente,
sem perguntas, sem respostas.
Essa mala de fim-de-semana
com a pastilha azul
foi o momento da queda
da máscara,
todo o futuro mudou.
Ou nem mudou?
As outras máscaras já
haviam caído
Restava eu, sem casa e
sem abrigo
sem porto e sem prurido
Noites em claro, sem dormir
dias cinzentos sem esperança
entre a vida que obriga a crescer
e o desejo eterno de ser criança
A doença não poupou
mas não foi ela que me matou!
Nem as infusões que fiz,
as quais bebi solitária.
Tantas vezes, pendurada
no telefone, entre a solidão
e a mão que ajuda e o cão
que morde!
Tia
Velo teu sono e venho só
O teu nome não se esquecerá.
És amor. Compaixão. Saudade
E um gato para compor energia
e a minha teimosia para
resgatar a verdade.
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