Oh Evaristo, tens cá disto?
Disso não tenho, mas tenho outras coisas que tais. Da aguardente que suaviza as quedas, das mordomias de um país à beira-mar plantado. Das ignomínias eleitorais e pré-nupciais, de uns profiteroles que já marchavam se os houvesse! Adoro cebolas. Da cebola, como exemplo para muita coisa. Por exemplo, para justificar a estupidez.
Numa conversa avulsa, já no final, quando se entra na sobremesa (para mim, sai um café), alguém me diz que vai dar-se um apagão. Que tenho que comprar muitas conservas, que temos poucas coisas dessas, tipo TUDO em conserva, inclusive fruta e assim. Que os arturianos vão levar a malta para as naves estacionadas bem por cima de nós (aqui em Guilhufe, Marecos, Penafiel, sim e também), que Deus não vem salvar ninguém, porque cabe a cada um salvar-se a si mesmo, que o Trump vai ganhar as eleições, que depois disso, tudo se vai precipitar, que o Obama e a Jolie são irmãos consanguíneos da rainha Isabel ida recentemente, e que são verdadeiramente reptilianos, que as maldições vão iniciar e que quando dermos conta já é tarde, que o Nostradamus era bruxo das linhas do mal, que o diabo vinha de quatro pelas mãos do vaticano infernizar os que estavam em paz, que o chip assim e que o céu assado! Como estou de dieta, prefiro os cozidos!
Que sim, pois que sim! Lembro-me da cebola nesta parte, que a estupidez é uma cebola que, enquanto está inteira, ninguém se dá conta que cheira mal, que se lhe tiras a primeira camada, começa a cheirar pior, que quando lhe retiras as outras camadas ou a partes para salada, e que, ou a temperas com limão e azeite ou vai feder! Que sim, a estupidez engrossa e se pensam que não, consumam tudo o que há nas redes e depois não se queixem de ficar chéchés.
A malta dos enta que está mais para lá do que para cá acredita nestas bodegadas todas, mas não acredita em Deus, não acredita que é Deus, não acredita no seu infinito poder de manifestação e realização! Não acredita nas coisas boas, só nas más, como já tem um pé mais lá do que cá, prefere a sangria às flores. E por não acreditarem, vão à igreja papar a hóstia e praticar todo o tipo de iniquidades, inclusive, serem negativos e promotores de bosta às colheradas! Por isso, a merda do efeito de espelho que é como algodão, nunca engana!
E eu que sou uma otimista nata, mais otimista do que de Belém, vos digo que fico muito mais revoltada com o foguetório e acredito muito mais nos malefícios destes "coisos no ar" a danificar o ar que nós respiramos (tanta besunta a juntar ao pó e areia que vem de África), poluição sonora danosa para os animais, que acredito na estupidez e a demonstro por palavras, para que possamos erradicá-la. É que eu não sou dessas que criei os meus filhos para viverem num mundo de ai jesus e de ai meu deus com as asneiras que eu faço, só se não as puder evitar! Contra a maldade e a negatividade, contra a inconsciência e a apatia, contra os retrocessos humanos e o fascismo, marchar, marchar. E acreditem, sei muito bem arregaçar as mangas e bulir, mas para este peditório do conjunto de cebolas cheias de caruncho não me apanham! Abaixo a naftalina! Abri as janelas de par em par, para que o pólen se misturasse às ideias fétidas que se espalham, tal como os rumores da minha vida privada! Hei-de dar cabo das vossas paredes da estupidez até que não sobre nem um "se" da vossa boca! Sou uma otimista, mas ainda bem que tenho este mau feitio que me protege das vossas malvadezas todas e é como quem diz, sem precisar de dizer: por isso é que temos o mundo desta maneira, porque os ouvidos engravidam de tanta maldade! E a vossa obesidade mórbida contagia os miúdos! Salvem-nos dos vossos absurdos promíscuos e grosseiros!
Oh criaturas desengonçadas, a cultura não é segregada nos dias de hoje, é grátis, se tivesse que se pagar, eu compreendia que espalhassem a falta! Acabem com o culto da coltura e abram a pestana! Deus em vós está irritado de tanta abrenuncia! Fixem o que vos escrevo: Quando o Malamén chegar, nem naves e nem Nostradamus vos há de resgatar! Ou se cultivam e veem mais longe ou, já estou como o que vós papagueais nas igrejas, templos e afins, livrai-nos, pai, destes malaméns todos! Sim, hoje é domingo no mundo, a primavera é a mais fértil de todas as estações e Campanhã nunca será vendida! Está oficialmente hipotecada, tendo o meu nome por debaixo! Assim em cima, como em baixo, está aberta a temporada dos gambuzinos! E agora sim, acabo o meu café (a maria está a lavar a loiça), acendo um cigarro, regurgito mais qualquer coisa e sai-me um arroto boca afora! A digestão iniciou! Venham os apocalipses aos pares! Já estou por tudo!( Perdão, icks, eu queria dizer eclipses)...
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