AJUDA SUTIL

 




Algum tempo depois de começarmos a estudar regularmente a teosofia clássica de HP Blavatsky, é normal que ideias inspiradoras comecem a surgir no momento em que acordamos pela manhã.

Em outros casos, isso acontece quando a pessoa está prestes a adormecer. Entendimentos, insights e até frases inteiras podem vir à mente. Alguns deles são respostas a perguntas. Outras são formas de compreender e explicar questões relacionadas à vida. São ideias sobre situações abstratas. Em geral, é difícil corrigi-los na memória.

Isto acontece porque o estudo calmo e profundo da Teosofia, feito regularmente, não só muda a qualidade de vida no estado de vigília, mas também transforma a qualidade e a substância do sono e dos sonhos.

O aluno passa a ter acesso aos ensinamentos essenciais enquanto seu corpo dorme. A expansão da consciência que ocorre enquanto se estuda acordado permite alcançar novos níveis de liberação enquanto se dorme.

A aprendizagem do eu superior inclui planos de realidade que só podem ser experimentados quando o “eu” está fora do corpo. O resultado desse aprendizado sutil “desce” como orvalho sobre o cérebro físico quando ele desperta. O processo é tão suave que o cérebro físico dificilmente o registra em palavras ou se lembra dele com precisão. Depois de alguns anos estudando Teosofia, essa dificuldade tende a diminuir aos poucos. Contudo, mesmo quando capta algo do processo, o cérebro físico só consegue trazer à tona uma versão limitada do que aconteceu nos níveis sutis.

Nada se perde com o ensino ou com as experiências “fora do corpo”. O que é aprendido no plano sutil inspira “por osmose” a vida desperta do indivíduo, à medida que ele avança no estudo e na reflexão da filosofia teosófica. A vida durante a vigília passa a ter uma relação renovada com a vida durante o sono. O aprendizado espiritual abrange então 24 horas por dia.

Mais cedo ou mais tarde, todo estudante dedicado desperta para o processo no qual é ajudado por seu próprio eu superior e por outros seres.

Embora o princípio da independência seja fundamental, nenhum aluno sério fica isolado ou esquecido internamente. A ajuda sutil que alguém pode receber depende do seu discernimento, esforço e mérito. Para merecer ajuda é preciso ter autonomia e ajudar os outros. O fluxo de aprendizagem é impessoal. Não se será ajudado “por alguém”, mas pela própria vida, pela Lei, mesmo que isso aconteça através de uma ou mais pessoas.

(Carlos Cardoso Aveline)

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Fragmento do texto “A arte de aprender dormindo”. Artigo original completo: https://www.carloscardosoaveline.com/el-arte-de-aprender-durmiendo/

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