Laura de Jesus
Um café na sintonia do Verão
(numa pausa da Doce Ferreira)
Não é um convite, mas um ritual
De se ser vivo (...)
Nas rotinas lemos tanto de nós
E se o Sol ainda convida
ao cruzar de pernas,
Espreguiço o cansaço que trago
Do que não durmo.
A insónia cruzou comigo
Ainda a lua desfalecida,
Se permitia esbranquiçar
o noturno.
A ave que se pendura
no meu ombro
Num piar de sorte
Vem evocando guarida
Espantando a morte,
Num concerto de trina
- Um croissant húmido, água
Ah sim a cafeina
E os homens que me aguardam
O cimento Secil, a areia na latrina.
Tudo nos corre nas veias,
A mulher, a menina
e a maldita da nicotina.
Comentários