António Zambujo
Pela minha biologia
Eu já devia ler o expresso
A julgar pelo calendário
O meu armário já devia
Ter as gravatas por cores
E os amores bem arrumados
Mas tenho a lua em sagitário
E o meu calvário é ser feliz
Nunca fui de fazer planos
Já perdi o manual
Se me esqueci dos teus anos
Juro que não foi por mal
Tenho a cabeça na lua
E o coração nos pés
Perco-me a ouvir as conversas
Nas esplanadas dos cafés
Pela minha biologia
Eu já devia ler o expresso
A julgar pelo calendário
O meu armário já devia
Tеr as gravatas por cores
E os amores bem arrumados
Mas tеnho a lua em sagitário
E o meu calvário é ser feliz
Gosto de pensar em nada
E por pensar em nada mais
Já pensei em como o tudo e o nada
Em tudo são iguais
E por agora, penso em nós
Como num barco preso ao cais
Se o futuro que me pedes
É o presente dos teus pais
Pela minha biologia
Eu já devia ler o expresso
A julgar pelo calendário
O meu armário já devia
Ter as gravatas por cores
E os amores bem arrumados
Mas tenho a lua em sagitário
E o meu calvário é ser feliz
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