Cristina Guedes





Meditação em mudita
  

(Thai, cultivar o amor, com Hanz Zimmer de fundo, desenhando o mapa de te ter encontrado e meio ló, frente à janela aberta - ursa maior, cassiopeia de folga, a chuva invade o soalho)

Estou no centro do meu peito a luz quente, o astro em brasa dispara dois feixes de luz, primeiro do peito, ventrículo esquerdo do coração, expele - porque é líquido - um jorro dele quente, sangue latejando cor de terra em brasa, (as raízes, as minhas e as tuas- se te amei noutra vida e te amo nesta, somos da mesma casta, vinha de luz. fogueira, ninho, giesta, figueira, fruta, espuma, nômada) Outro feixe jorrando luz líquida, fio de água somos e transportamos pepitas da cor do oiro mas em brasa, veias e artérias do meu peito (as mãos abraçam o astro rei junto ao coração) e esse feixe dispara e estás com as sinapses da cabeça conectando nos pés do céu e os teus pés, raízes ancestrais transportam e injetam uma força até ao centro do planeta, os nossos pés são troncos de árvore, num bailado eterno de desconhecimento e perfeito deslumbramento, estás em sincronia com todas as partes de ti e reconhecendo que funções vitais podem ser superficiais, cavar mais fundo, a luz do mundo, a água do ventre atreves-te ao exercício de transmutação de energia - e com inspira e expira, not coming, not going, sentes os teus pés conectados com o núcleo da terra, o teu equilíbrio. Sintonia para ver arder as páginas do tempo e com amor e imaginação te curares das feridas todas, perderes o medo, e te permitires ser feliz.

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