Os livros na cidade da Escritaria
Desde os meus quatro anos que vivo entre desfolhar livros, alguns espreitei somente e outros devorei, chegando a fazê-lo várias vezes. Sou descendente de Teixeira de Pascoaes, uma vez que Carlota Guedes, a mãe do poeta é minha parente, de uma árvore genealógica recheada de frutos, como se pode compreender, dentro da literatura e artes. Sempre preservei fotografias e livros. São para mim objetos mais preciosos que o restante. Apaixonei-me por esta cidade ainda bebé, e foi nela que curei um eczema, no Lugar de Genas, por uma senhora que era chamada de curandeira. Esta passou a ser a minha segunda cidade, adotada devido ao mimo, ao amor e dedicação da minha tia, irmã de minha mãe, Emília Ramos Fernandes. A ela e por ela, decidi regressar, adquirindo uma propriedade, em Marecos, onde resido desde 2007. A vida chama-nos e nós obedecemos a chamados internos. É assim que vejo e pretendo continuar a ver a minha realidade. Pretendo abandonar o lugar de Marecos, cedo ou tarde.
Por motivos pessoais, decidi levar comigo, somente os livros da biblioteca do meu pai, e os meus próprios, que fui lendo, adquirindo e somando vida afora. Os restantes vou deixar em boas mãos. Tenho cinquenta e dois anos de leitora. Decidi recorrer aos serviços da Biblioteca Municipal de Penafiel, que é a terra dos meus bisavós, avós maternos, bem como da minha própria mãe. Sou leitora desta biblioteca desde 2008. Ao invés de colocar os livros no exterior dos contentores de lixo, aqui junto à capela Nossa Senhora do Desterro, para quem quisesse usufruir de os ler, e por saber do risco de serem danificados pelo tempo inconstante (chuvas e calor excessivo) e pelo desconhecimento do seu destino no exterior, entrei em contacto com a mesma Biblioteca Municipal e os mesmos serão recolhidos, talvez para darem entrada em bibliotecas locais escolares ou outras.
Atendendo à conjuntura política social e económica que estamos a atravessar, o tempo de leitura e de conhecimento será mais bem aproveitado. Sempre fui de comunidades e de voluntarismo, em todas as frentes. Apelo a quem tiver livros que possa ou queira doar, que o faça, da mesma forma, recorrendo a esta biblioteca, nesta bela e histórica cidade, onde a Escritaria pode bem falar da importância e destaque que são prestados à leitura, especificamente, assim como à diversificação de todas as artes e cultura, em geral.
O site, com os contactos disponíveis pode ser encontrado aqui, tal como o fiz. Ao cuidado de Dra. Adelaide Galhardo.
Um bem-haja a quem recicla livros e deles faz préstimo a mentes que deles possa tirar proveito e alegria. Como bem sabem, o conhecimento, tal como o Universo, expande a consciência e estamos precisados, cada dia mais, de cidadãos conscientes e lúcidos.
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