Breve prelúdio de Neptuno em Áries
A guerra civil americana iniciou a 12 de Abril de 1861. O declínio conjuntural que acontecia entre estados e contra a figura máxima do Estado já se fazia prenunciar antes, obviamente. Nada acontece num exato momento, sendo que processos que envolvam conflitos e dissensões obedecem a tempos longos, entre a digestão e a oposição aos mesmos. A não ser os desastres naturais, que ocorrem, independendo da mão humana, como sejam os terramotos, os sismos, a erupção vulcânica, os tsunamis e os tornados, todo o resto está nas nossas capacidades, mas advém de um pensamento assente na estratégia e no bem maior a atingir. No dia 13 de Abril de 1861 foi, então, a data de entrada oficial de Neptuno em Áries. A visão que os povos, numa maioria, começaram a ter foi a de mudar paradigmas, de evoluir para o bem comum, sendo que a escravatura, tema quente e revoltante, estava contemplada, para alcançar a liberdade do povo que operava e que era submetido a cárceres físicos, mentais e psicológicos que, ainda hoje, século XXI, entendemos que, causou profundos danos traumáticos em todo o mundo, consciente e espiritualizado.
Neptuno em Áries atual, que fez a sua entrada a 30 de Março de 2025 vem trazer, à semelhança do que foi antes, a consciência dos erros, da origem dos mesmos e o alcance de uma maior preocupação com os aspetos globais de ser humano, desde a individualização ao todo, ao tecido mundial, oferecendo uma visão futurista de expansão de valores repescados no amor ao próximo e no combate à oligarquia, à corrupção e aos poderes danosos que tentam afundar o humanismo num interesse menor. Analisando vários autores, desde a história à filosofia, abrangendo todos os campos passíveis de pesquisa, damos conta que a consciência apoiou e serviu de base para as lutas pacíficas e menos pacíficas pelos direitos humanos da maioria. Plutão em Aquário pelos próximos 20 anos, Neptuno pelos próximos 14 e Úrano, sete anos, de saída de Touro que simboliza a terra, mudando-se para Gémeos, o ar, simbolismo do pensamento, da intelectualidade e da transcendência do mesmo pensamento em atos práticos e racionais, na saída de Júpiter de Gémeos, entrando este em Câncer já a 14 de Junho deste ano, e ainda assim, contando com a volta de Neptuno para o signo anterior, Peixes, de 17 de Outubro, regressando para reinar em Janeiro de 2026, podemos, creio, pensar, ainda no início destas alterações que serão profundas, que uma nova era, uma década que atingirá todos os cantos do globo, também alterará, necessariamente, a forma como o olhávamos a sucessão de acontecimentos, a que chamamos de vida. Nada mais será igual. Estamos a estrear "a volta a casa", o regresso a nós mesmos (Áries) e ao outro, e claro para atingirmos os nossos objetivos, teremos, forçosamente, que tomar medidas, algumas radicais, unidos na mesma forma de consolidar estratégias, para a culminação do que nos determina. Este "voltar a casa" não é mais de que um novo regresso, já o fizemos anteriormente, em séculos anteriores, só documentados a partir de 1861, uma vez que Neptuno foi descoberto em 1846. Os movimentos abolicionistas eram isolados, por estados, por cidades, pontuais, crescentes e borbulhantes. E entre muitas outras coisas, ocorreu a guerra na Crimeia, quando a Grã-Bretanha e a França declaram guerra à Rússia e, mais ou menos pela mesma altura, a Grã-Bretanha, também se envolve numa guerra contra a China pelo ópio. No meio de tudo isto, convém dizer que conflitos são diálogos que produzem desavenças e em que o denominador comum se vê refratado e diminuído, se não há uma contra força, para atingir o que se propõe a maioria, e faz caso disso, só a título de exemplo, Preston Brooks da Carolina do Sul e o episódio da bengala no senador Charles Sumner do Massachussets, assim como o abolicionista e defensor de liberdades, John Brown que foi julgado e enforcado pela defesa da liberdade de todos, onde a escravidão alcançou níveis desumanos profundos, querendo manter a mesma a todo o risco, o exemplo de grandes cidadãos que tomaram passos na frente, arriscando a sua própria vida, para fazer valer a da maioria. Não será diferente, desta vez, com Neptuno em Áries. Muitos de nós o fará ou verá outros o fazerem, alinhando intenções e objetivos com propósitos maiores e comunitários, onde possamos garantir a segurança, a liberdade e os bens essenciais para as comunidades, que serão um fator destacado nesta nova era neptuniana. A lembrar-vos que Trump, no exercício deste segundo mandato, cortando para todos os lados, com tarifas e apoios a países subdesenvolvidos, quer com alimentos, quer com vacinas e subsídios, também está na lista negra da China, da ambiguidade de relações que mantém com a Rússia, dos próprios inimigos internos, declarados e anónimos, não me surpreenderia, viesse fazer jus à história a sua morte por envenenamento, enquadrando-se, também, na era anterior de Neptuno em Áries, ou se preferirem, nos anos preliminares a toda esta alteração profunda que veio, e bem, com a abolição da escravatura e o desenvolvimento social baseado noutras premissas, de igualdade, fraternidade e liberdade que já tinham envolvido o mundo consciente desde os finais de 1799, diretamente de França, influenciando positivamente o reforço e a adoção de novos paradigmas humanos e viáveis que contemplassem o bem da maioria. E sabemos que as ideias carregam as sementes do progresso, e que no caminho para a concretização do mesmo, boas e más coisas acontecem, que são os erros de percurso que delineiam na história humana um esteio pelo qual nos regermos, para evitar o erro no mesmo, ou o atrito ou o conflito, que são tudo formas de considerar os obstáculos que surgem para reforçar o que intentamos. E isso é, na história humana chamada de desafio. Os desafios não se evitam, os problemas não se escondem, a forma de os abordar terá de passar pela consulta histórica a situações idênticas e em parceria com a maioria, aplicar a melhor das escolhas. Em Maio, mais precisamente a 26 de Maio, Saturno fará a sua reentrada, também neste Áries, em conjunção perfeita com Neptuno que já lá se encontra. Saturno será sempre o professor exigente, embora não seja o chefe supremo. Esse é Júpiter, o guru. O que Júpiter decide, saturno fará aplicar, exigindo tempo, resiliência, paciência, das estruturas, das responsabilidades e das recompensas, obviamente, que ao bom aluno, à boa turma, à comunidade que gere as operações e cumpre os seus ditames com rigor, Saturno lhe atribuirá as menções honrosas, se as considerar oportunas e justas, porque até nisso Saturno estuda o caso. Se tais recompensas alterarem a conduta, acrescentarem ego e vaidade ao resultado geral, não será fácil lá chegar. E tal aluno ou comunidade, que assim permita acontecer ou aconteça, não se livra da desgraça, se a arrogância e a penugem forem, afinal, tudo o que os move. Para esses, haverá lugar a despromoção sem "alvíssaras", com castigo ou Karma, como vossemecês preferirem.
E pescando e repescando as pérolas que se distanciarão, obviamente, de varas obtusas e baseadas na confusão, na descrença e no ódio, pela história da filosofia, trago o mais romântico dos filósofos, depois de Sócrates que, para mim está acima de todos, Sôren Kirkegaard, pois baseia a sua visão do amor no Cristianismo, ou seja, no amor ao próximo, na conduta de fazer o bem, sem olhar a quem, na premissa de que, sem amor, não existe evolução, nem motivação para progresso ou vontade de viver. E em que se baseia o seu pensamento? Aqui um excerto, encontrado na net.
A filosofia de Søren Kierkegaard (1813-1855) é marcada pela interiorização dos conceitos de fé e espiritualidade, pelo enfoque na subjetividade do indivíduo e pela compreensão, tanto de si mesmo, quanto do mundo com o qual ele se relaciona. O filósofo e teólogo dinamarquês, além de inaugurar a escola filosófica existencialista, foi também um grande estudioso do cristianismo, produzindo uma vasta literatura sobre o tema, porém com uma abordagem focada no progresso individual do ser cristão e em sua prática de amor ao próximo. O autor analisa o cristianismo através do indivíduo que busca compreender os ensinamentos cristãos para ele próprio se tornar um cristão, ao colocar em prática seus aprendizados na doutrina. Segundo o filósofo, a prática do cristianismo se inicia somente a partir da aplicação de sua lei máxima: “amar ao próximo como a si mesmo”. Por conseguinte, a obra do autor escolhida para análise foi o livro As Obras do Amor – algumas considerações cristãs em forma de discursos (1847), uma vez que o filósofo elenca o amor como o maior alicerce do cristianismo, o ponto de partida e o ponto de chegada de toda obra cristã. O presente estudo consiste em uma pesquisa teórica, tendo como instrumento de análise o método hermenêutico, cujo objetivo é analisar as definições de amor descritas por Kierkegaard e relacioná-las à prática cristã proposta pelo filósofo, a fim de compreender-se o papel da prática do amor como cerne do processo formativo do indivíduo cristão. Segundo o autor de As Obras do Amor, o amor é o elemento fundamental do cristianismo, visto que o cristianismo autêntico foi fundado no amor e sem ele não poderia existir. Sendo assim, para Kierkegaard, a prática do cristianismo se resume na prática do amor ao próximo, pois o amor possui uma característica exclusiva, sendo a única qualidade que não é dada por ela mesma: o amor não existe por si só, mas existe tão somente para o outro. Dessa forma, assim como o amor é inseparável do cristianismo, Kierkegaard também define o amor como um elemento inseparável da própria condição humana, pois, para o filósofo, o indivíduo encontra sentido à sua existência justamente quando está amando.
Amar é isto. Alterar conjunturas difíceis para outras mais humanas. Serviço militar obrigatório está na agenda! Isto é progresso ou evolução? A defesa a desculpar-se para o ataque. Estamos precisados de heróis e de valores que não nos substituam, mas que nos acrescentem. A história, nas suas capitulações, erros e retrocessos, avanços e alguns sucessos, nos pede sacrifício e devoção, realinhamento de propósitos estão na base da questão de fundo. Vamos alterar o mundo, embriagar de utopia a nova era na terra? Que não seja quimera, a visão que tenho no fundo da retina. Que todo o homem se faça consciente e racional e opte por fazer frente aos valores invertidos, aos plutocratas e oligarcas que se julgam e nos julgam de acordo com as suas bitolas. Não queremos esmolas, queremos o que temos direito, defender aquilo em que acreditamos e fazermos frente, seguirmos adiante, a tudo o que nos engrandece em matéria de humanização. Essa é a grande fissura atual e essa é a que pretendemos alterar. E não a normalização da corrupção que é, atualmente o que temos. E se a guerra não nos alimenta, foquem-se no amor, enquanto objetivo maior. Foi ao que viemos, afinal.
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