O processo probatório
O PROCESSO PROVÁVEL
Os estudantes enfrentam mais “provas” quanto maior for a força e a pureza de sua intenção, e de acordo com o conteúdo e a “cor” de seu carma passado.
Portanto, é inútil perguntar quando e onde começa o processo de liberdade condicional. Testar faz parte da vida. Nunca começa nem termina. Sua intensidade é sempre determinada pela velocidade e profundidade do processo de aprendizagem, e esses dois fatores estão mudando.
O teste é indispensável, porque não podemos viver a sabedoria sem eliminar os mecanismos da ignorância espiritual. E a ignorância não está somente dentro de nós. Ela também está presente coletivamente na cidade, no país e nos grupos e instituições dos quais fazemos parte.
Para alguns, o caminho espiritual é uma maneira de alcançar paz e conforto pessoal. Em suas ações, eles estão tentando rejeitar o processo probatório. Quando essas pessoas aprendem sobre a luta de HPB contra o dogmatismo teológico e outras formas de ignorância coletiva, elas pensam que o fundador do movimento teosófico foi uma figura excessivamente controversa. Eles acham que HPB era menos pacífica do que deveria ser. Pensar dessa maneira pode nos ajudar a disfarçar nosso apego cego à rotina e ao conforto da imobilidade.
Como qualquer pessoa que desafie a ignorância coletiva geralmente está sob ataque intenso, pode ser conveniente ter explicações e desculpas à mão para justificar o fato de que, às vezes, nem tentamos seguir o exemplo e o padrão vibracional dos sábios. É por isso que algumas pessoas dizem que HPB desafiou os dogmas de seu tempo porque ela era neurótica, ou talvez porque havia um princípio de sua consciência que não estava em seu corpo físico, mas no Ashram dos Mestres do Himalaia. Este fato é verdadeiro. O contato ampliado com os Mestres a tornou excessivamente sensível à ignorância média do ser humano. Mas, independentemente dessas e de outras circunstâncias, HPB questionou os dogmas de sua época por uma razão bem simples: ela era uma grande alma.
O mesmo foi feito por inúmeros mensageiros, grandes e pequenos, desde Pitágoras, Buda e Lao Tzu. Mensageiros e instrutores derrubam dogmas e desconsideram seu próprio bem-estar pessoal. A lenda dos Evangelhos é uma narrativa simbólica desta viagem.
(Carlos Cardoso Aveline)
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Trecho do texto “A Bênção Indesejada”, publicado na revista “O Teósofo Aquariano”, fevereiro de 2025, pp. 7-8. A edição completa pode ser lida aqui: https://www.carloscardosoaveline.com/el-teosofo-acuariano-039-febrero-de-2025/
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