Laura de Jesus




 As dores das mães do mundo



Que pensas que existe
no olhar de uma mãe senão dor?
Pesa no coração aquele filho e a
sua tristeza impotente de a resolver
Chora por ele, à Virgem Maria, 
pedindo apenas que ela exista. 
Que o proteja.


Que pensas que existe 
no olhar de uma mãe senão orgulho?
Grita nos sorrisos aos 
parentes e amigos que aquele ser,
tão digno é seu, tão seu, tão grande.
Chorando, comovida, 
agradece à Virgem Maria que ela exista. 
Que o proteja.


Que pensas que existe 
no olhar de uma mãe senão tolerância?
Rasga-se por dentro quando sente 
que os princípios que julgava bem passados
não passam de olhos fechados 
no filho que cresce e foge a eles.
E chora desesperada, 
rogando à virgem Maria que exista. 
Que o proteja.


Que pensas que existe 
no olhar de uma mãe senão amor?
Embevecida pela vida de todos os dias, 
o seu filho cresce de beijos e canjas quentes
e dá-lhe netos que acrescentam 
os seus cuidados, amores e trabalhos.
E aceita e agradece e pede e roga e chora 
agradecida, pedindo à Virgem Maria que exista. 
Que os proteja.



(à minha mãe que é mãe de todos, 
embora não peça à Virgem Maria 
porque não sabe fazê-lo
e acredita-se pequena demais 
para falar com as divindades de que foi feita.)

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