Al Qabri Ramos
Metamorfose a Kafka
Não circulam mais que
umas tantas recordações
a cidade vazia
revive um poema que se fez eterno,
E Veneza estremece-me o peito!
Os canais correm ainda,
junto ao sorriso dos turistas
ao encantamento dos peões,
queria tanto ser a borboleta
que me pousaste há tantos anos!
O amor é vítima e predador.
Ainda te lembras de S. Marcos?
Galgamos os museus,
devoramos as ruas escuras,
perdemos o ontem e, nunca,
mas nunca, fechei a janela
Entendo que és mais do que meu,
que a vida com pressa
te levou e te escondeu
E desta janela aberta,
circulam lembranças,
e eu inverti o sentido ao casulo,
as minhas mãos duas crianças,
virei larva na tua distância,
e apenas desenho o teu nome na vidraça.
Nome que o tempo ha-de apagar
mas tu permaneces etéreo,
mais do que um nome, o
canal onde aprendi a naufragar
simulo em fantasia, fechando
os olhos, o desejo perguntado:
vamos fumar um berlight?
E é só aí que renasço borboleta
Comentários