Alma Novaes






 Stabat Mater III

As dores das mães do mundo



Que pensas que existe no olhar de uma mãe senão dor?
Pesa no coração aquele filho e a sua tristeza impotente de a resolver,
chora por ele, à Virgem Maria, pedindo apenas que ela exista.
Que o proteja.


Que pensas que existe no olhar de uma mãe senão orgulho?
Grita nos sorrisos aos parentes e amigos que aquele ser,
tão digno é seu, tão seu, tão grande.
Chorando, comovida, agradece à Virgem Maria que ela exista.
Que o proteja.

Que pensas que existe no olhar de uma mãe senão tolerância?
Rasga-se por dentro quando sente que os princípios que julgava
passados, não passam de olhos fechados no filho que cresce
e foge a eles. E chora desesperada, rogando à virgem Maria que exista.
Que o proteja.



Que pensas que existe no olhar de uma mãe senão amor?
Embevecida pela vida de todos os dias, o seu filho cresce
de beijos e canjas quentes e
dá-lhe netos que acrescentam os seus cuidados,
amores e trabalhos.
E aceita e agradece e pede e roga e chora agradecida,
pedindo à Virgem Maria que exista.
Que os proteja.



(à minha mãe que é mãe de todos, embora não peça à virgem Maria porque não sabe fazê-lo e acredita-se pequena demais para falar com as divindades de que foi feita.)





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