Matza Di Lourde & Nena Venetsanou

 



Onírico & metamorfose


Rasei, ao de leve, 

o teu silêncio taciturno, não foi?

O meu ombro pelo teu, 

sentindo aquilo que me pareceu

repulsão, não era? 

Era um fantasma tão real

Toque e sorriso, presentes, os meus,

do restante, dos teus sinais, 

sem alter(c)ações.

Habemus fúria de açúcar?

Fumo negro? Vendavais?

Conarium afetivus 

ou a metamorfose (im)prevista

na minha bola de cristal?


Sei, contudo, e apesar disso

 que a lua se esmerou, nova e nua, 

por tua causa, no teu descendente iniciático

Lilith em quadratura ao meu mercúrio, 

sem modéstia, sem cura, 

sem augúrio, polar, ártico,

numa saia justa, na mesma casa

Sol, Lua, Mercúrio e Úrano

a unirem-se à minha Lilith e Lua

na 11, onde tenho morrido

ou me deixado morrer,

onde tenho perdido e me deixado perder,

que em ambos contemplei in conjunções

e que só em matemática,

menos com menos dá mais!


E o amor, meu amor,

sem calculadora, sem diretriz,

sem esclerótica humana,

tal como bolsa de valores,

destruída nos valores éticos e morais,

me verei desgovernada, 

como um touro

na arena, picado e subjugado

a esvair-se em sangue,

ferido, traído, pelos cornos

sem lei nem dono,

nas asas de um desejo 

e na vontade divina;

se endurecerá ao crédito humano

e num plafond em risco,  

fénix voando.



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