Paranhos Rave Party



É verdade que me convidou para jantar. Aceitei. Não por ser educada. 
Abandonei esse sistema de crenças há, sensivelmente, quatro anos.
Guardo apenas aquele ditado pequenino, a festas e batizado, só vais se fores convidado. Aceitei porque era aqui. Porque era petiscada. Porque o convite veio de um ilustre. Não sabia é que era uma rave de gajos.
Amigos pressupõe tudo ao molhe e quem quiser comer, come, e quem não quiser, baza. Presuntos e assim. Cervejas e assado. Alinhei, sem sequer saber quantos convidados. Ando à volta de sites de casas e parece-me que tenho de correr mais do que tudo e todos. Fui despejada. Duplamente. Entrei, então, no espírito da festa, porque espírito de tristeza não paga dívidas nem lenços kleenex. 
Afinal, era uma jogatina de playstation e homens de barba rija. 
Depois de andar a fazer isto e aquilo, de deixar o pátio um pátio para o Oréo se divertir outra vez, entrei na cozinha e deparei-me com éne de sacos de comida e bebida. Ia ser uma festa das rijas, deduzi. Nada disso.
Gajos, quando se juntam, jogam, comem e bebem, caralho. Foi para isso que fui convidada, aparentemente, para comer. Avisei que ia dar de frosques. Que não jogava. Só comia e bebia. E assim foi. Ouvi-os a abastecer o frigo de bejekas e bazei junto com o Che. Se ainda fosse tequilla bum bum, estou como o outro, agora, morfar e lavar loiça, nestum.
Subi. Para o santuário emprestado e deitei-me, a acabar de ouvir o Rik (faz parte do meu ritual da semana, astrologia focada em aspetos, Kings Beach, California). E agora, era só um daqueles que me faria render a noite, um daqueles tranquilizantes. Um livro. Terminar a Martha Freud. E depois sim, descer e manjar umas cenas e beber outras. Inté e se a gente não se vir, é porque a festa foi privada. 

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