Al Qabri Ramos
Gueixa
No Carnaval dos teus braços
abrir a boca ao beijo
abrir as pernas ao segredo
que me vais contar com a mão
abrir o sexo á palavra
quente
abrir-me em copas
ardente
deitar as pálpebras
no cobertor da tua pele
e beber mel
vou sentir-te distante
dentro de mim
abrir-te o desejo guardado
provar de ti a noite,
o nosso ardor
de tempo cozinhado
vou bordar um sem-nexo
mastigar o poema revelado
esgrimir esse teu sexo
Virás pedir-me pela manhã
o café e a nicotina
sussurrar o amor
em surdina
espreguiçar-me ei
no teu abraço
e sem grande estardalhaço
enroscar-me novamente
fazer do breve eternamente
e oferecer-me ao diálogo carnal
das nossas mãos urgentes
deslumbrar-me às com
os mistérios da beira alta
e no teu sexo, eu,
mascaro-me de gueixa
e serves-me uma e
outra vez o Carnaval
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