Laura de Jesus

 



Monólogo do desespero do amor



Corremos na esperança da luz eterna
que tínhamos em mente: amor incondicional
que roga a inocência e exige a magia, além do desespero.
o amor correu do coração ao lábio, à rotina, ao cansaço e exaustão, e, finalmente, ao medo
afinal, só a menina, o lobo, as canções são eternas...
ah se eternos pudéssemos ser!



e depois, a deceção colou-se na minha voz
e quando te respondia já não havia nós dois
o nós era eu e o medo, lado a lado
e tu ficaste preso ao passado do que foste
e eu à beirinha do abismo
tu, encostado em narciso, pervertendo palavras e atos
eu pregada adiante, tremendo, em cismas minhas!

Nunca podíamos ser um (sendo dois)
e na tua ambição contemplavas o agora e depois, nesse depois, não havia futuro e isso, foi afinal, tudo.



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