Na ordem do dia, encerramento de ciclos




Plutão continua numa oposição acirrada ao meu Sol. Cerro os dentes e digiro, enquanto a Lua, na sua fase minguante, na minha casa da individualidade se cruza com os meus planetas pessoais, tendo passado pelo meu Marte e cruzando-se agora com o meu ascendente. Tenho ganas de what the fuck. Júpiter e Mercúrio conversam, onde Mercúrio diz que está na hora de eu largar o tabaco, arregaçar mangas e ir-me à vida. E Júpiter diz-lhe: Não te preocupes, velho Hermes, vou proporcionar-te tudo isso, assim que iniciar a minha retrogradação, não sei é se com essa gaja, a coisa produzirá os efeitos. O único que acredita, realmente, em mim, na minha capacidade e resiliência é o meu Marte que se sentou, desde que nasci, na casa do eu e me vai dizendo: já chega, não achas? Quanto mais vais deixar que te comam o teu pedaço? E eu oiço-os a todos. A minha vénus divorciou-se da Vénus planetária, do tipo: e eu com isso? e eu vou somando o que posso e começo agora a ceifar o que não mais me serve. Ao longe, na minha casa 5, vejo neptuno a fazer um trino lindíssimo com Kiron e Plutão, já sei, já sei! Não preciso que me digam nada. Vou partir esta merda toda interna. Tudo o que está dentro, sai. Vou pegar numa bigorna e demolir a casa toda. Deitar fora a merda das caixinhas, dos postaizinhos, dos talismãs e totens que recolhi por tempo demais e vai tudo pelas janelas, pelo ar, se sumirem em mil pedaços. Saturno em peixes a fazer aspetos, não com o meu saturno em áries, mas com o meu Júpiter na casa 3, em Virgem. Não me falem de virgens, com este stellium de planetas transpessoais, pesados na casa 3. Como posso eu arrastar estes pesos pesados, eu que preciso mudar os móveis de tempos a tempos, para libertar energias?

Plutão, Úrano e Júpiter em Virgem, a porra da Roda da Fortuna que deve ter o peso de um dos cofres vazios da mãe do Sócrates. AH se eu pudesse, mandava este mapa pro raio que o partisse, mas não posso, e entrarei no eclipse com Úrano a espreitar-me e a perguntar-se: será que aquele asno vai aguentar-se com a novidade que lhe vou levar? Eu, o asno! Não me movo. Finjo-me de morta. E só peço a Plutão que se aguente mais um pouco, é tudo o que peço. Que a minha enxaqueca voltou, que a azia voltou, que os fantasmas voltaram e eu estou encolhida, aqui na esquina do passado, vestida à prova de bala, vestida com o belo vestido de grife, assinado pelo estilista mais conceituado, Deus Brahma. Pois que chovam cântaros e canivetes, que venha Zaratustra e o Rei Nabucodonosor, Apolo e Hades, Cervantes e Sócrates, porque não?, venham todos que eu vou só ali calçar as luvas de boxe, para estar deveras preparada. Enquanto isso, leio as notícias na diagonal. Das cheias, das temperaturas oscilantes que endereçam a mercúrio, das guerras em nome de qualquer coisa que não tem que ver com a paz, que a repetem na voz para se enganarem e enganarem os outros, que as greves vão matar mais alguns, que a fome será protagonista em muitas latitudes e que Plutão é verdadeiramente eficaz a limpar as massas populacionais. Pois é, que a culpa do estado de coisas é de Plutão e dos imensos mercantilistas, a culpa dos fenómenos naturais é avassaladora, mas a relva no jardim vizinho será sempre mais verde. 

Marte em oposição ao nodo Norte? Oh c'um carago! Não é bom sinal, mas tentarei sintonizar uma nova emissora, quem sabe os ruídos se transformem em música nos meus ouvidos!

Fuck OFf. 

Comentários

Mensagens populares